quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Pedra Fundamental

Lustato Tenterrara - 06/12/2009
Escritor, advogado, jurisfilósofo, Escritório de Advocacia Dr. Luiz Carlos Carvalho de Melo
Da poética em Vinicius de Moraes ninguém duvide. Sonetista apaixonado e apaixonante. Danusa Leão, em seu livro "Quase Tudo" revela os bastidores da vida de Vinicius de Moraes. Nada que já não se soubesse. Referi, apenas, por que chamou a lembrança.
Vinicius como sempre apaixonado ao extremo. Quando não estava enclausurado vivendo uma paixão, estava pelos bares e calçadas procurando uma nova paixão.
Este poema bem reflete o estado sempre apaixonado de Vinicius.
"Meu Deus! Eu quero a mulher que passa". Sinta o lirismo, a busca errante.
Várias leituras se pode inferir. Perceba a mudança verbo-pronominal impecável. Ora a mulher que passa é "ela", terceira pessoa do singular; ora a mulher que passa é "tu", segunda pessoa do singular. Vinicius alterna tais nuances no decorrer do poema, findando na terceira pessoa do singular, representando a ausência e a distância do ser amado, no entanto, o poema é leve, como se fosse uma brincadeira, um exercício literário. Perceba, na estrofe final, no primeiro verso, o trocadilho: "Que fica e passa" com "que pacifica". E continua, agora, sério a constatar o inexorável: "Que tanto é pura como devassa! // Que bóia leve como a cortiça;", findando com o que poderíamos dizer, num verso cínico: // "E tem raízes com a fumaça."

Cremos que Vinicius utilizou-se desse poema referindo-se aos seus amores já passados, findos, acabados, replicando a sua paixão duradoura -- ainda -- com a efemeridade das paixões femininas. Ter "raízes como a fumaça" é um fecho perfeito a comprovar nossa assertiva.
(Lustato Tenterrara)

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